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Empresa revoluciona setor canavieiro com IA, robótica e maior banco de dados de máquinas agrícolas do mundo

Empresa já tem mais de 150 robôs Solix em operação e prevê alcançar 650 unidades durante a safra 2025/26.
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Solinftec amplia uso do robô Solix e lança benchmarking de máquinas com foco no setor canavieiro

A Solinftec, empresa brasileira especializada em inteligência artificial aplicada ao agronegócio, completou 18 anos de atuação em 2025 anunciando novas tecnologias voltadas ao setor canavieiro. Entre os principais destaques estão os resultados recentes obtidos com o robô agrícola Solix, o lançamento de uma plataforma de benchmarking de máquinas agrícolas e a integração da inteligência ALICE com tecnologias de IA generativa, como o ChatGPT.

De acordo com Denis Arroyo, vice-presidente global da Solinftec à RPAnews, as soluções visam ampliar a eficiência operacional nas lavouras de cana, reduzir o uso de insumos e melhorar a gestão de ativos e dados no campo. “A Solinftec nasceu no mercado canavieiro e continua voltada para os desafios desse setor. Estamos colocando tecnologias de ponta em operação prática, com retorno mensurável para o produtor”, afirmou.

Solix será cada vez mais multitarefas

O Solix AG, o robô autônomo movido a energia solar e utiliza inteligência artificial, visão computacional e sensores embarcados para executar uma série de tarefas agrícolas em tempo real, vem sendo aplicado na cultura da cana principalmente para aplicação localizada de herbicidas, o que resultou em reduções de até 93% no uso de defensivos nas áreas monitoradas, segundo dados da empresa.

Entretanto outras aplicações vem sendo expandidas. A tecnologia do robô realiza coleta contínua de dados agronômicos sobre o estado da lavoura, crescimento das plantas e pressão de plantas daninhas. As informações são transmitidas à plataforma ALICE para orientar decisões operacionais e de manejo.

Em outra funcionalidade, chamada Hunter, o Solix atua no controle de pragas como cigarrinha e broca-da-cana, com armadilhas luminosas associadas a eletrochoque. Resultados operacionais mostram reduções entre 25% e 40% na população de insetos adultos em áreas monitoradas.

“O Solix hoje está sendo usado em cana, soja, milho e até em áreas de integração com pastagem. Ele é versátil, ajustável e leva toda a nossa inteligência de dados para o campo — sem depender de escala ou estrutura complexa”, afirma Arroyo. “Hoje o produtor vê que pode usar o robô sem grandes barreiras, com operação simples e retorno rápido.”

Para ampliar a autonomia da operação, a Solinftec lançou também o Refill Station, base de abastecimento autônoma que permite ao Solix reabastecer insumos sem necessidade de intervenção humana, reduzindo o tempo de parada e aumentando a eficiência diária.

A estação é movida a energia solar e, utilizando de inteligência artificial, estabelece otimização na decisão do momento do abastecimento do robô e realiza a operação sem a intervenção ou contato de pessoas durante o reabastecimento. Além disso, a estação de abastecimento está projetada para atender múltiplos robôs Solix simultaneamente, garantindo um processo de abastecimento ordenado, organizado e autônomo.

Os robôs Solix se comunicam em tempo real com a estação, que pode ser instalada em carretas reboque, caminhonetes, caminhões ou estruturas fixas, conforme a preferência do produtor. A estação é capaz de coordenar o abastecimento dos robôs em campo de maneira dinâmica e inteligente, utilizando inteligência artificial (IA). “Cada talhão tem características únicas e diferentes, plantas daninhas podem surgir no campo, dependendo do estágio da cultura. Por isso, projetamos a Refill Station para permitir que o Solix tenha a tomada de decisão mais assertiva sobre o momento de reabastecimento com o foco em performance e “timing” correto para que o produto chegue no alvo e realize a sua função”, explica Bruno Pavão, CRO – Chief Robotics Operation – da companhia.

Benchmarking de máquinas tem maior base de dados do mundo

A plataforma de Benchmark de Máquinas é um dos grandes destaques do ano para o segmento canavieiro. Será um novo recurso da ALICE e promete mudar a forma como produtores e usinas gerenciam a eficiência de seus equipamentos. A funcionalidade utiliza dados de mais de 70 mil máquinas monitoradas ao longo de 18 anos, com uma base operacional que cresce em média 7 mil novas máquinas por ano.

O sistema permite comparações detalhadas entre marcas, modelos, tamanhos e idades de máquinas, considerando ainda o tipo de cultura, região de operação, tipo de solo e características operacionais. São mais de 10 indicadores estratégicos, entre eles:

  • Consumo de combustível (L/h)

  • Rendimento operacional (ha/h)

  • Disponibilidade mecânica

  • Capacidade de aplicação ou colheita

  • Eficiência por operador

O Benchmark também possibilita comparações entre operadores de uma mesma máquina, promovendo uma visão de desempenho humano associada à máquina, o que pode ser usado para treinamentos, redistribuição de equipes e bonificação por desempenho. “É uma ferramenta neutra, baseada em dados de campo, que entrega ao gestor o poder de escolher com mais segurança o que vai comprar, como alocar e quando substituir. São decisões que afetam diretamente o custo por hectare e o planejamento de safra”, explica Arroyo. “No setor sucroenergético, onde a mecanização é pesada e os volumes são grandes, isso é um diferencial enorme.”

A funcionalidade está disponível na plataforma ALICE e é atualizada constantemente com os dados das máquinas conectadas. O uso do benchmarking pode ser feito por cultura, por operação (plantio, pulverização, colheita), ou por região, permitindo decisões localizadas e contextualizadas à realidade do produtor.

Outra novidade anunciada é a integração da plataforma ALICE com o ChatGPT. A tecnologia permite que operadores e gestores interajam com a inteligência artificial por meio de comandos de voz ou texto, para ar recomendações agronômicas, informações operacionais ou e técnico. “A IA já fazia parte das nossas soluções, mas agora ficou mais ível. O produtor pode perguntar em linguagem natural e receber uma resposta baseada em dados da própria fazenda e do nosso banco de dados”, disse Arroyo.

O Benchmarking de máquinas utiliza dados de mais de 70 mil máquinas monitoradas ao longo de 18 anos, com uma base operacional que cresce em média 7 mil novas máquinas por ano.

Estudo mostra ganhos na microbiota do solo

Em parceria com a empresa B4A, a Solinftec desenvolveu um protocolo de análise microbiológica para avaliar os efeitos da aplicação localizada de herbicidas sobre a vida no solo. O estudo comparou áreas tratadas com o Solix com áreas de aplicação convencional e analisou propriedades dos estados de SP, GO, MG, MT, MS e BA.

Ao todo, foram analisadas mais de 60 amostras de solo, coletadas em fazendas brasileiras que utilizam o protocolo de manejo de plantas daninhas via Solix. O objetivo foi compreender o impacto da aplicação seletiva de herbicidas na biodiversidade microbiana, considerando três aspectos principais: resiliência, supressividade e potencial produtivo do solo.

“Atualmente de todo o mercado de bioinsumos no Brasil, 70% são destinados para soja e algodão, 15% para milho e 15% para cana. O manejo de alta produção e eficácia no desenvolvimento de cultura obrigatoriamente hoje a por tratamento e uso de produtos biológicos, ou seja, indicadores como estes am a ser também indicadores econômicos”, destaca Pavão.

Os resultados mostraram aumento de 40% na presença de microrganismos associados à resiliência da planta, 48% em organismos ligados à produtividade e 12% naqueles envolvidos na degradação de compostos químicos. Segundo a empresa, o resultado reforça a viabilidade da tecnologia para sistemas que utilizam bioinsumos e práticas de agricultura regenerativa. “Esses dados indicam que o uso convencional pode comprometer a biologia do solo. O Solix permite preservar essa microbiota, o que tem impacto direto na eficiência do sistema produtivo”, adiciona Pavão.

Expansão de Solix nos canaviais

A empresa informa que já tem mais de 150 robôs Solix em operação e prevê alcançar 650 unidades durante a safra 2025/26. A meta de ARR (receita anual recorrente) para 2025 é de R$ 450 milhões. Além do Brasil, a Solinftec opera em mercados como Estados Unidos, Colômbia e México, com soluções voltadas também para soja, milho, algodão e citrus.

“Nossa expectativa é seguir ampliando o o às tecnologias no campo, com foco em eficiência, automação e tomada de decisão baseada em dados. Estamos investindo significativamente no desenvolvimento e evolução do Solix, além de criar modelos de negócios escaláveis para atender diferentes perfis de produtores, com foco em maximizar a produtividade e reduzir os custos operacionais de maneira sustentável”, afirmou o Vice-Presidente Global da Solinftec.

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