Os preços do açúcar caíram na segunda-feira devido às perspectivas de maior produção de açúcar na Índia, o segundo maior produtor mundial. Na segunda-feira, a Federação Nacional de Fábricas Cooperativas de Açúcar da Índia previu hoje que a produção de açúcar da Índia em 2025/26 aumentaria 19%, para 35 milhões de t, citando áreas maiores de cana plantada.
O açúcar bruto caiu 0,17 centavo de dólar, ou 1%, indo a 16,88 centavos de dólar por libra-peso. O contrato perdeu 2,3% em maio e atingiu uma mínima de quase quatro anos, de 16,81 centavos de dólar por libra-peso, na quinta-feira. Já o contrato mais ativo de açúcar branco caiu 1,1%, para US$ 470,90 por tonelada.
Em 22 de maio, o USDA, no seu relatório semestral, projetou que a produção global de açúcar em 2025/26 aumentaria 4,7% em relação ao ano anterior (ano a ano), para um recorde de 189,318 milhões de t, com um excedente global de açúcar de 41,188 milhões de t, um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior.
Safra de cana do Centro-Sul não deve ar das 580 milhões de t
Em análise semanal, Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting, afirmou que o mercado segue atento aos números da safra do Centro-Sul, e os dados divulgados pela Unica e que trouxeram elementos importantes para reflexão. “Quem observa à distância pode ver sinais trocados em relação a alguns detalhes dos dados divulgados. Por exemplo, ver que o mix do açúcar pulou de 47.60% para 48.61% e imagina que esse número vai subir e – claro – mais açúcar estará disponível. Também pode se iludir pelo fato de o acumulado dessa terceira quinzena ser apenas 20% mais baixo do que o ano anterior, mas pelo menos melhorou muito em relação à queda de 30% da quinzena anterior na mesma comparação. Ilusão de ótica Quando observamos o histórico de moagem após a primeira quinzena de maio — ou seja, o que ainda falta ser moído daqui para frente — a consistência estatística impressiona. Em 2024/25, foram moídas 526 milhões de toneladas após esse ponto. Em 2023/24, uma safra considerada excepcional, esse número chegou a 574 milhões. Nos demais anos, o volume raramente superou os 500 milhões”, disse.
De acordo com a análise de Corrêa, a média dos últimos cinco anos para esse período é de 504 milhões de toneladas. “Esse valor somado às 76 milhões já moídas até agora, o teto natural da safra atual seria de aproximadamente 580 milhões de toneladas. A média dos últimos dez anos não é muito diferente — 506 milhões — o que leva a uma conclusão semelhante”, disse.
Ainda de acordo com a análise da Archer Consulting, mesmo com um cenário mais otimista, usando como base os 575 milhões de toneladas moídas após maio em 2023, a safra 2025/26 chegaria a, no máximo, 598 milhões, um número altamente improvável diante do que temos pela frente, segundo Corrêa.
“Com base nas médias históricas e no ritmo atual de moagem, fica muito difícil sustentar qualquer projeção que aponte para uma safra acima de 580 milhões de toneladas. Ainda assim, o mercado parece ignorar esse limite técnico, apostando em um volume improvável de ser atingido. Resta saber até quando essa narrativa se sustenta diante dos dados”, afirmou em análise semanal.